Uso de aplicativos no período perioperatório

Uso de aplicativos no período perioperatório

A avaliação perioperatória através do uso de aplicativos e plataformas em Smartphones, Androids, Ipads e Tablets consiste em documentar a anamnese e exame físico do paciente cirúrgico de forma cuidadosa em formulários digitais avaliando alguns critérios e requisitos, a serem:

    • A história da doença atual e pregressa do paciente;
    • A última visita do paciente a equipe de saúde;
    • Os tipos de medicações usadas pelo paciente e seu histórico de alergia;
    • Análise da história social do paciente, inserindo a coleta de informações como uso de drogas ilícitas, tabagismo ou etilismo;
    • Condição geral da saúde do paciente, como condições crônicas de saúde: obesidade; problemas cardiovasculares; problemas respiratórios; Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial;
    • O histórico anterior de procedimentos anestésico-cirúrgicos e análise de complicações e eventos adversos como: náuseas, vômitos, sangramentos, transfusão sanguínea, febre, dor, tempo de internação, infecções do sítio cirúrgico e necessidade de terapia intensiva;
    • Tipos de condições de intubação do paciente e via aérea;
    • Histórico familiar de complicações com fármacos anestésicos;
    • Exames laboratoriais e pareceres de outros profissionais;
    • Realizar recomendações e solicitação de exames pré-operatórios se necessário.

Os formulários usados em aplicativos visam avaliar de forma mais intuitiva e dinâmica as condições médicas dos pacientes que serão submetidos à cirurgia, realizando de forma mais rápida e com maior capacidade de compartilhamento da informação a estratificação do estado físico pré-operatório do paciente de cirurgias eletivas.

Outras vantagens consistem em realizar o questionário de forma sistematizada e completa, com suporte cognitivo às investigações minuciosas no caso de condições de saúde prévias ou de necessidades especiais como protocolos de atenção a condições crônicas ou segurança durante o ato anestésico para reações adversas possíveis.

O uso desse tipo de tecnologia no momento pré-anestésico permite ainda a individualidade e personalização automática do consentimento informado e das informações e registro pré-operatórios levando em consideração a região cirúrgica, o risco hemorrágico elevado, às infecções associadas, ou a necessidade de terapia intensiva.

Na etapa pós-operatória, um dos principais cuidados ao paciente que foi submetido a intervenção cirúrgica é o monitoramento de suas funções orgânicas; dor pós-operatória; capacidade de movimentação e cognição.

Muito mais do que um equipamento, ferramenta ou produto, este tipo de tecnologia em saúde é o resultado de ações que envolvem um conjunto de atitudes subjetivas e complexas que visam o cuidado em saúde. Portanto é pertinente dizer que o uso da tecnologia para o cuidado perioperatório é indispensável (ROEHRS; MALAGUTTI, 2014).

A ideia de tecnologia por sua vez, não deve estar diretamente conectada a equipamentos tecnológicos, e sim a um “saber-fazer” e a um “ir-fazendo”. Na área da saúde, no cuidado primário, secundário e terciário, ainda que as esferas tecnológicas se interligam, não se deve priorizar a lógica do “trabalho-morto”, quando se manifesta os equipamentos e saberes estruturados. O ser humano precisa das tecnologias de relações, de produção, de assistência, de comunicação, de acolhimento, de vínculos e de autonomização (SILVA; ALVIM; FIGUEIREDO, 2008).

Sendo assim, o uso de plataformas e ferramentas em dispositivos móveis – mobiles permite que a equipe interprofissional registre de forma sistemática e quantas vezes forem necessárias a avaliação deste paciente, documentando a sua evolução e os resultados de exames laboratoriais, qualificando com acurácia a evolução do paciente no pós-cirúrgico imediato.

 

REFERÊNCIAS:

GUTIERRES, L. S. Boas práticas para segurança do paciente em centro cirúrgico: recomendações de enfermeiros. Rev. Bras. Enferm. v.71, n.6, Brasília, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672018001202775&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 22 Jul. 2019.

ROEHRS, H.; MALAGUTTI, W. Competências legais e éticas do profissional de enfermagem no cuidado ao usuário com feridas. In: MALAGUTTI, W.; KAKIHARA, C. T. Coberturas, estomias e dermatologia: uma abordagem multiprofissional. 3ª Ed. São Paulo: Martinari, 2014. 640p.

SILVA, D. C.; ALVIM, N. A. T.; FIGUEIREDO, P. A. Tecnologias leves em saúde e sua relação com o cuidado de enfermagem hospitalar. Esc Anna Nery Rev Enferm, v.12, n.2, pp: 291-08, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ean/v12n2/v12n2a14>. Acesso em 22 Jul. 2019.

SOUSA, C. S.; TURINI, R. N. T. Desenvolvimento de aplicativo de celular educativo para pacientes submetidos à cirurgia ortognática. Rev. Latino-Am. Enfermagem., v.27, s/n, pp:e3143, 2019. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v27/1518-8345-rlae-27-e3143.pdf>. Acesso em: 22 Jul. 2019

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