Interoperabilidade na saúde pública: veja como funciona no SUS

Interoperabilidade na saúde pública: veja como funciona no SUS

A interoperabilidade na saúde pública é uma necessidade decorrente do aumento do volume de dados e da variedade de softwares presentes nos hospitais em todo o Brasil.

Nesse contexto, a interoperabilidade no SUS é vista também como uma solução. Afinal, a comunicação entre diferentes sistemas otimiza os processos e aumenta a produtividade em toda a rede pública, promovendo a melhoria da saúde populacional.

Em vista de sua grande importância, neste conteúdo, vamos explicar tudo que você precisa saber sobre o funcionamento da interoperabilidade na saúde pública. Boa Leitura!

Interoperabilidade na saúde pública: qual sua vantagem?

A presença de plataformas e ferramentas digitais atualmente existentes no SUS advém, sobretudo, da revolução tecnológica e do caráter emergencial da pandemia de Covid-19, que impulsionou o uso de métodos online e remotos.

Contudo, surgiu também a necessidade de integrar o grande volume de informações diluídas nesses diferentes dispositivos, para viabilizar a boa comunicação entre equipes e setores.

Ao agrupar dados e metadados valiosos em único lugar, com maior acessibilidade e mobilidade, o uso da interoperabilidade na saúde pública reflete em melhorias para todos os envolvidos nesse processo. Veja as mais relevantes:

Benefícios para o paciente

  • Melhor atendimento: com o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), informações dos pacientes como histórico, laudos e prescrições ficam reunidos em um só repositório. Ao qual médicos conseguem acesso de qualquer instituição do SUS. Isso melhora o atendimento durante as consultas e dá maior controle de dados aos próprios pacientes.
  • Mais segurança: com um sistema de gestão interoperável, o prontuário é consultado em qualquer instituição da rede pública. Essa integração evita a repetição de exames já realizados, que, além de poupar gastos, inibe eventuais danos aos pacientes, como maior exposição à radiação.
  • Melhores resultados: com a integração dos dados de pacientes, a interoperabilidade possibilita um diagnóstico mais completo e aprofundado. O que conduz ao tratamento mais eficaz e, consequentemente, melhores resultados. O mesmo acontece ao nível coletivo, visto que dados integrados ajudam a prever e tratar epidemias, doenças infecciosas e demais situações de risco em larga escala.

 

Benefícios para as instituições de saúde

  • Otimização do tempo: analisar questões administrativas e os diferentes setores de um hospital requer lidar com uma grande quantidade de dados, o que leva tempo. Entretanto, ao examinar essas informações, de forma integrada e instantânea, permite que as análises e ações da instituição sejam realizadas com mais velocidade.
  • Tomadas de decisão estratégicas: dispondo de soluções interoperáveis, a gestão tem uma visão panorâmica da situação da instituição e analisa cada detalhe de maneira mais assertiva. O que leva ao melhor gerenciamento de estoque, ferramentas e recursos humanos, por exemplo.
  • Redução de custos: como consequência das decisões mais assertivas, são evitados a repetição de exames, erros de prescrição e encomendas, entre outras falhas de gerenciamento que geram gastos desnecessários.

 

Como a interoperabilidade no SUS funciona?

O Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) tem como responsabilidade fornecer sistemas de informação e suporte de informática para o planejamento, operação e controle dos órgãos do SUS, adaptando seus sistemas às necessidades dos gestores e incorporando novas tecnologias.

A portaria 2.073/2011 do Ministério da Saúde é o documento que estabelece as normas e padrões para a implementação da interoperabilidade em saúde referente a sistemas de informação no âmbito do SUS, nos níveis Federal, Estadual, Municipal e Distrital, assim como para os sistemas privados e suplementares.

No artigo 4º estão definidos os padrões que constam no Catálogo de Padrões de Interoperabilidade de Informações de Sistemas de Saúde (CPIISS), como, por exemplo:

  • OpenEHR: para a definição do Registro Eletrônico em Saúde (RES);
  • HL7 (Health Level 7): para estabelecer a interoperabilidade entre sistemas, visando a integração dos resultados e solicitações de exames;
  • SNOMED-CT: para codificação de termos clínicos e mapeamento das terminologias nacionais e internacionais em uso no país, visando a interoperabilidade semântica;
  • TISS: para a interoperabilidade com sistemas de saúde suplementar;
  • IHE-PIX: para o cruzamento de identificadores de pacientes de diferentes sistemas de informação.

Esses protocolos padronizam a representação dos dados contidos em laudos, exames e imagens, para que diferentes sistemas possam reconhecê-los e repassá-los entre si. Sendo assim, os dados clínicos dos pacientes oriundos de diferentes fontes de informação e instituições são compartilhados com mais eficiência.

Principais desafios da interoperabilidade na saúde pública

Infelizmente, sabemos a  realidade da saúde pública do Brasil. Devido à dificuldade em obter os recursos necessários, implementar a interoperabilidade nem sempre é efetivo, no entanto, não se trata apenas de recursos. Alguns dos principais desafios enfrentados nesse processo são:

Estruturação e padronização

Para que a interoperabilidade no SUS de fato possa ocorrer, é preciso uma metodologia e estrutura previamente preparada, em larga escala, para receber as soluções interoperáveis.

No entanto, a maioria dos processos nos hospitais e UBSs ainda são manuais e registrados no papel. O que dificulta a adoção de padrões terminológicos pelos governos e desenvolvedores dos sistemas a serem utilizados pela rede, que permitam a indexação de pacientes e o compartilhamento de informações.

Incentivo ao compartilhamento de informações

No Brasil, não há a prática e tampouco o estímulo ao compartilhamento de informações entre as instituições de saúde pública. Mesmo clínicas privadas ainda não criaram o costume de compartilhar informações entre si, mesmo sendo uma necessidade.

Esse é um obstáculo à interoperabilidade, já que ela se baseia essencialmente na troca de informações entre fontes de dados.

Segurança de dados

Para garantir a interoperabilidade, especialistas ressaltam que a segurança de dados é fundamental. O uso de Blockchain, por exemplo, é uma das formas de proteção e compartilhamento de dados volumosos mais seguras e eficientes atualmente.

Todavia, para chegar até essa tecnologia, é preciso assegurar alguns requisitos fundamentais. Como, por exemplo, a assinatura digital, investimento em segurança cibernética, serviços e profissionais de TI qualificados, auditorias frequentes e um modelo de negócio que sustente todas essas mudanças.

Vemos que, de fato, a incorporação da interoperabilidade em saúde não é um processo simples, mas existem caminhos para implementá-la com sucesso.

Em nosso blog, você encontra artigos que te auxiliam a implementar a interoperabilidade nas instituições, entre outros conteúdos sobre tecnologia em saúde, com ênfase no centro cirúrgico e anestesiologia. Acompanhe-nos para se manter informado sobre todas essas vantagens!

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