Open Health: evolução ou risco?

Open Health: evolução ou risco?

Neste artigo, você vai saber exatamente como funcionaria o Open Health na prática e a opinião de especialistas sobre a viabilidade e a eficácia desta abordagem. Boa leitura! 

 

Entenda como funcionaria o Open Health

A inteligência de dados na assistência médica tem sido um assunto cada vez mais debatido. Informações dos pacientes são fundamentais para que os profissionais de saúde possam fazer escolhas mais assertivas em cirurgias e outros procedimentos. 

O Open Health é uma proposta que visa facilitar o acesso a esses dados, por parte das operadoras de planos de saúde. A partir da autorização do paciente, os médicos poderiam acessar todas suas informações.

Procedimentos médicos, como exames, por exemplo, geram uma série de registros, que são pessoais e sigilosos, mas que ficam à disposição somente da instituição de saúde que realiza o atendimento em questão. 

Esses dados são propriedade do paciente, e estão protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Com o Open Health, eles ficariam disponíveis para qualquer operadora de plano que os solicitasse. 

Bastaria uma autorização digital concedida pelo paciente para que o médico pudesse acessar, sem burocracias, em tempo real. 

Essa facilidade no acesso aos dados poderia possibilitar uma evolução no uso da tecnologia de dados na saúde. Conheça, a seguir, alguns possíveis benefícios do Open Health!

 

Open Health e seus possíveis benefícios

Em artigo publicado na internet, Diana Jardim, coordenadora de Inovação do Hospital São Lucas da PUCRS e do BIOHUB da saúde no Parque Tecnológico da PUCRS, defendeu a implementação do Open Health. 

O Open Heatlh é uma grande oportunidade, um caminho que o sistema de saúde do Brasil e do mundo precisa trilhar”, disse.

Para Diana, as prováveis vantagens do Open Health passam pela dinamização do compartilhamento dos registros eletrônicos de saúde. Com a integração de sistemas entre as instituições de saúde, seria possível evoluir importantes aspectos da assistência médica e na experiência do paciente.

O paciente não precisaria, por exemplo, carregar consigo exames e laudos prévios a cada novo procedimento de saúde. Ao autorizar que a instituição tenha acesso aos seus dados, a análise dos registros anteriores seria muito mais rápida e prática, por meios digitais.  

Com foco na otimização da experiência do paciente, Diane ainda citou a agilização das filas e processos de triagem. Além disso, para ela, com o Open Health seria muito mais prático trocar de plano, já que os dados médicos poderiam ser facilmente compartilhados entre as operadoras.

A especialista também destacou outra situação em que o Open Health representaria um avanço. Em situações de emergência, o livre acesso aos dados permitiria identificar informações cruciais com maior velocidade, garantindo um atendimento mais eficaz.

 

Os obstáculos para a implementação do Open Health

Ainda que os benefícios se mostrem importantes, a proposta do Open Health também foi recebida com ressalvas e opiniões mais cautelosas. Para especialistas, existem diversos obstáculos a serem superados até que o dispositivo funcione adequadamente no Brasil.

Um dos principais pontos de atenção no implemento do Open Health está na LGPD, onde está previsto que: é vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com o objetivo de obter vantagem econômica”

Além de uma modificação na lei de proteção aos dados pessoais dos pacientes, há, entre os especialistas, a preocupação de que a livre circulação de tais informações possam favorecer a seleção de risco, por parte dos planos de saúde. 

Portanto, o Open Health ainda é visto como um risco para a privacidade dos pacientes. A proposta também é vista com ressalvas quando se considera as chances de pessoas com maiores problemas de saúde, e com histórico exposto, terem seus procedimentos negados pelas operadoras. 

Fatores técnicos em relação aos recursos tecnológicos para o processamento dos dados também são considerados. A fragmentação dos sistemas de informação em saúde está entre as principais preocupações.

Algumas instituições de saúde ainda encontram muitas dificuldades para assegurar a eficácia operacional no registro dos dados do paciente. Dessa forma, outro obstáculo seria a dificuldade em garantir a interoperabilidade na saúde, no modelo de Open Health.

Conclusão

Entre benefícios e preocupações, riscos e possibilidades de crescimento, o tema do Open Health ainda será muito discutido. Além disso, existe um pedido de especialistas para que a proposta seja mais debatida por toda a comunidade antes de ser apreciada como Medida Provisória. 

Fato é que os avanços nas discussões sobre o uso de dados na saúde são muito positivos para o setor. O uso de Big Data pode significar impactos muito positivos na qualidade da assistência médica e na experiência dos médicos e pacientes. 

Por isso é importante que os stakeholders do setor aprofundem progressivamente seus conhecimentos sobre o tema e saibam usar os dados para salvar vidas. Como a Lei Geral de Proteção dos Dados foi um dos focos neste texto sobre Open Health, sugerimos a leitura do post, em que dissecamos a importância e os impactos da LGPD na saúde!

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